
Criar filhos com educação positiva é como construir uma ponte de confiança que atravessa todas as fases da infância – e isso começa com o que fazemos em casa todos os dias.
O Desafio de Ser aMelhor Versão de Si Mesma(o) para Sermos Pais Melhores
Como mãe de três, além de todas as demandas da vida, a minha rotina é uma verdadeira montanha-russa de tarefas e responsabilidades. Por um lado, preciso manter o foco nos meus projetos, garantir que as demandas do trabalho sejam atendidas e ainda cuidar da minha saúde e bem-estar. Do outro, tenho a missão diária de educar e apoiar as minhas crianças, cada uma com suas particularidades e necessidades e ao mesmo tempo, através do maternar, reeducar a mim mesma. Costumo dizer que educar uma criança requer uma desconstrução de grande parte do que nós aprendemos! E, se você é como eu, provavelmente já percebeu que o conceito de “perfeição” na maternidade não existe. Por mais que tentemos, sempre haverá desafios inesperados, dias complicados e, claro, os inevitáveis erros.
No meio de tudo isso, encontrei um conceito que me ajudou não só a ser uma mãe mais presente, mas também mais presente e conectada com os meus filhos: a educação positiva. Eu sei que, à primeira vista, pode parecer um termo complicado ou distante da nossa realidade, especialmente quando o dia a dia está repleto de correções, birras, exaustão e o nosso tempo parece ser escasso perante toda a demanda do dia. Porém, acredite, a educação positiva não é uma fórmula mágica, mas sim um conjunto de práticas baseadas em princípios simples e poderosos que podem transformar a relação com seus filhos – e, ao mesmo tempo, aliviar o peso da perfeição que tantas de nós carregam (desnecessáriamente!)
Então, se você também se sente sobrecarregada, dividida entre as demandas e a educação dos filhos, e busca uma abordagem mais gentil, humana e eficaz para criar seus pequenos, reduzindo considerávelmente o caos da rotina e vida da família, continue lendo! Vou compartilhar com você estratégias práticas de como implementar a educação positiva em sua rotina, de forma realista, acessível e com um toque de humor. Porque, vamos ser sinceras, nada nessa jornada é 100% sério o tempo todo, certo?
O Que é Educação Positiva e Por Que Ela Funciona
A Psicologia por Trás da Educação Positiva
Educação positiva é um termo que tem ganhado bastante destaque nos últimos anos, especialmente porque ela se baseia em uma abordagem científica do comportamento humano, levando em consideração o desenvolvimento cerebral das crianças e a importância da relação emocional. Um dos livros que mais me ajudou a entender a fundo essa filosofia foi O Cérebro da Criança, de Daniel J. Siegel e Tina Payne Bryson. O conceito central desse livro – e da educação positiva de forma geral – é que o cérebro das crianças é altamente moldável, e a forma como nos relacionamos com elas afeta diretamente o seu desenvolvimento emocional e cognitivo.
Ao invés de focar apenas no comportamento, a educação positiva busca entender as necessidades emocionais da criança, oferecendo a ela uma base segura e amorosa para explorar o mundo e aprender com os próprios erros. Ela não se baseia em punições ou recompensas externas, mas sim na construção de uma conexão profunda entre pais e filhos, onde o respeito mútuo, a empatia e a compreensão são os pilares da relação.
Ao longo da minha jornada como mãe, comecei a perceber que, ao adotar a educação positiva, meus filhos se tornaram mais autônomos, confiantes e menos ansiosos. E, acredite, quando você aplica essas práticas, não é só a criança que se beneficia. O ambiente em casa fica mais tranquilo, e a comunicação se torna mais clara e honesta.
Como Implementar a Educação Positiva em Sua Rotina Diária
Agora, eu sei que você pode estar pensando: “Tudo bem, isso é ótimo na teoria, mas como colocar tudo isso em prática quando meu filho está chorando porque não quer tomar banho ou está fazendo birra no meio do mercado?”
Acredite, eu também passo por isso e, com o tempo, aprendi algumas estratégias para incorporar a educação positiva na rotina, sem precisar de um roteiro perfeito ou de longas sessões de terapia (não que elas não ajudem, claro!). É um exercício constante, mas vale a atenção e dedicação.
Entendendo o Comportamento da Criança – Não Apenas o Ato em Si
Em vez de reagir impulsivamente a um comportamento desafiador, tente entender a causa por trás disso. Muitas vezes, as birras ou os “não quero” vêm de frustrações emocionais que não conseguimos perceber de imediato. Pode ser que seu filho esteja cansado, com fome ou sentindo-se inseguro. Ao invés de gritar ou punir, procure uma abordagem mais empática. Pergunte: “Você está cansado? O que você precisa para se sentir melhor?”
Isso requer uma mudança de mentalidade, onde passamos a ver os comportamentos desafiadores como uma forma de comunicação. Lembre-se, nossos filhos não têm as ferramentas emocionais que nós, adultos, temos para lidar com frustrações (Que por muitas vezes nem nós temos. Agora faz sentido minha fala de que educar uma criança é uma desconstrução de muito do que aprendemos?). Eles estão apenas aprendendo a navegar por isso.
Ofereça Opções em Vez de Imposições
Crianças adoram ter o poder de escolha, mesmo nas situações em que parece que não há opção. Em vez de dar ordens diretas, experimente apresentar duas ou mais alternativas. Por exemplo, se a hora do banho está chegando e seu filho resiste, você pode dizer: “Você prefere tomar banho agora ou depois que terminar o desenho?” Isso ajuda a criança a se sentir mais no controle da situação e reduz a resistência.
Seja Coerente, Mas Flexível
A consistência é crucial para criar um ambiente previsível e seguro, mas flexibilidade também é importante. Não é porque a educação positiva se baseia na empatia que precisamos ser permissivos o tempo todo. Quando você estabelece limites, seja claro sobre eles, mas esteja disposta a ajustá-los (caso for possível) conforme a situação. Por exemplo, se você precisa sair de casa em um horário específico, mas percebe que seu filho está particularmente sensível, talvez valha a pena oferecer uma abordagem mais suave e gentil para convencer a criança.
A chave para uma educação positiva não está apenas em corrigir, mas em cultivar um ambiente onde a empatia e o respeito possam florescer naturalmente.
Valorize o Comportamento Positivo e as Conquistas
Em vez de focar nos erros, celebre as vitórias. Quando seu filho faz algo legal ou toma uma decisão positiva, reconheça isso de forma genuína. Pode ser uma simples frase como: “Eu vi como você se acalmou rapidamente quando estava chateado. Isso foi incrível!” Isso incentiva a criança a repetir comportamentos positivos e fortalece a autoestima dela.
Lembre-se: Você Não Precisa Ser Perfeita
Educação positiva não é sobre ser perfeita, mas sobre ser presente, compreensiva e disponível para ouvir e apoiar.
Agora, um lembrete importante para todas nós: ninguém é perfeito, nem a mãe mais dedicada do mundo. Você vai errar, vai levantar a voz de vez em quando, vai se sentir frustrada. E está tudo bem. A educação positiva não é sobre ser impecável. É sobre criar um ambiente de respeito e compreensão, onde a relação com seus filhos é o foco, e o aprendizado acontece naturalmente, mesmo nos momentos de desafio. Se acolha, você também esta aprendendo.
A Jornada de Todos Nós: Crescer Juntos
Quando adotamos a educação positiva, nossa missão não é apenas ensinar nossos filhos, mas também crescer junto com eles. Eles nos ensinam a ser mais pacientes, mais atentos e mais conectados com nossos próprios sentimentos. E quando fazemos isso, estamos criando um legado emocional duradouro, uma base sólida para a vida inteira.
Se você se sente inspirada por esse conceito e está pronta para experimentar essas mudanças em sua vida, lembre-se: o segredo está no pequeno dia a dia. Não é necessário uma revolução no lar, mas sim a disposição de dar um passo de cada vez, plantando sementinha por sementinha, dia após dia, com coragem, muito amor, boas doses de café e empatia.
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